sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Giz...
Saudações, leitor...
Após longo período de latência, retorno às teclas quem me ajudam a transmitir os (muitas vezes absurdos) devaneios que me acometem e me levam à reflexão sobre coisas que nos passam batidas a maior parte do tempo.
Eu ia chamar essa postagem de "...Of Chalk And Men" (ou Sobre os Gizes)...mas resolvi que só "Giz..." sintetizaria o conceito...
Bem, lá vamos nós...
"O que tem em comum um ser humano e um giz?", te pergunto. E, independente do que você vai responder, eu te direi: "Muita coisa...mais do que você imagina!".
Tudo começou quando eu saia para o intervalo de uma aula de quinta-feira na faculdade e, por alguma razão, peguei um giz. Enquanto andava a admirá-lo, comecei a me perguntar "O que será que há por trás de um giz? Afinal...ele não pode ser SÓ um giz...".
"Como assim, 'só um giz'?" você me pergunta.
Bem...o que se entende por giz quando se fala de um...?
Que é um pedaço, branco ou colorido, de um composto químico aglomerado num bastonete poroso que se desgasta em forma de pó quando atritado contra uma superfície sólida e deixa um rastro de sua cor por onde for pressionado, utilizado em geral para fazer marcações ou para escrever/desenhar em lousas...resumidamente.
Tá...............e aí? É só isso?
Por que seria? E por que não?
Comecei a divagar sobre o Homem utilizando a mesma linha de raciocínio do giz...forma, cor, textura, composição e funções possíveis. Comecei com o giz branco, apenas...
Cheguei às seguintes conclusões, a princípio (estou usando o giz nas descrições como um sujeito independente a fim de torná-lo mais próximo da realidade humana para efeito de comparação...afinal, todos sabemos que nenhum giz toma atitude alguma por si próprio, apenas pode ser operado - geralmente, por nós...seres humanos):
*** O giz se desgasta conforme opera alguma função ou entra em atrito com algo. O Homem também;
*** O giz se desgasta em determinados pontos conforme um ou outro de seus lados são usados em alguma tarefa, deixando-o mais "afiado" então de um lado ou outro conforme é explorado em seus múltiplos lados. O Homem também...quanto mais explora uma potencialidade ou habilidade, mais "afiado" (como dito em gíria para experiente ou hábil) fica naquele seu lado. Alguém que se aplica à área de cálculos nunca desenhará ou cozinhará tão bem quanto calcula, a não ser que os pratique também. O tanto que ele praticar será o quão mais experiente ele passará a ser. Logo...quanto mais lados se explora, tanto do ser humano quanto de um giz, mais afiado eles ficam em todas as direções;
*** Quando um giz se quebra em algum ponto, ele mostra que, por mais polido que ele seja por fora, ele ainda é rude, irregular e áspero por dentro...não está sob seu controle, é de sua natureza. O Homem, igualmente, é polido e moldado para conviver socialmente de maneira mais saudável e proveitosa de uma forma geral...mas, ao passar por uma crise, um surto ou situação semelhante, ele revela um lado impulsivo/instintivo seu que, muitas vezes, até ele desconhece. Um lado agressivo, quase animalesco, beirando à irracionalidade...rude, áspero e irregular...escondido dentro de si;
*** Independente se usado para bem ou mal, o giz se desgasta ao executar uma tarefa e isso pode ou não valer a pena, dependendo de como é aproveitado seu resultado. O Homem, idem.
Até aqui, já tivemos algumas considerações interessantes, não?
Agora deixe-me abrir o leque quando introduzi outras cores de gizes à reflexão, dessa vez no caminho de volta para casa após o término da aula:
*** Gizes podem ter diferentes cores, mas ainda podem executar as mesmas tarefas. O Homem também;
*** Quando gizes de diferentes cores interagem, sendo usados juntos para desempenhar uma mesma função, apesar de o resultado ser basicamente o mesmo, suas condições subjetivas, representadas através dos rastros coloridos que deixam, revelam diferentes formas de interpretação de cada...visto que cada cor dará uma intenção ao resultado da tarefa. Não se entenda isso como a cor do giz, mas a de seu traço! O Homem, enquanto indivíduo, padece da mesma inevitável condição;
*** Quando dois gizes de diferentes cores são atritados um contra o outro - entendendo-se isso como uma interação social, e não simplesmente como um atrito no sentido de conflito -, deixam um no outro marcas de suas cores, como reflexo de um compartilhamento de suas subjetividades. Cada um passa a ter um pouco do outro em si, compondo um novo ser "multicor". O Homem, ao interagir socialmente, sofre a mesma condição;
*** A quantidade de cor compartilhada remanecente em um giz pode ser diferente da quantidade deixada no outro. Igualmente, uma pessoa pode receber mais influências ou se simpatizar mais com a outra do que o contrário. Novamente, a subjetividade torna-se uma variável indeterminada;
*** Quando um giz "contaminado" (não no sentido pejorativo) por outra cor desempenha uma nova tarefa, ele pode deixar escapar parte da nova cor adquirida, como resultado da influência daquela interação social em seu novo eu. Quando uma pessoa aprende ou adquire um hábito de outra, passa a refletir aquilo como sendo uma nova parte de si, não existente originalmente, mas fruto do contato entre elas.
E aí...o que me diz? Temos ou não muito que aprender com os gizes, mais do que só com os rastros que deixam? ;)
Até breve!
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