Musik

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vício...

E aí, galera!
Essa postagem terá uma homenageada muito especial, que me mostrou um vídeo interessante e me inspirou a escrever aqui. Sempre temos conversas muito interessantes e compartilhamos de certas premissas como ninguém. Resumindo, alguém digno de se estar aqui. Freyja, essa é pra você! ♥

Bem...segue, em primeiro lugar, o link do vídeo que ela me mandou, para que vocês possam entender o contexto que me levou à presente reflexão:

"Todo vício começa com C"  (retirado desse blog).

Muito bem...vamos à minha parte do trabalho agora...

Desde que comecei a faculdade de psicologia, tenho visto e aprendido muita coisa sobre a natureza humana, principalmente no que diz respeito ao funcionamento de seu raciocínio, sua reflexão, seu julgamento e seus comportamentos (que era minha principal intenção ao iniciar o curso, muito antes de pensar nela como profissão...).

O preconceito com pessoas reféns de adições ainda é muito grande, por mais campanhas que haja, por mais conscientização que se busque fazer, por mais que se lute pela causa. Inúmeros artistas dependentes químicos, emocionais, obssessivos-compulsivos e em condições semelhantes, que passam ou passaram por essa condição de sujeitos ao vício, hoje tem fundações e projetos de recuperação de dependentes em geral, mas isso não é divulgado com tanta frequência quanto violência, politicagem e anti-cultura (que será outra postagem lançada em breve).

Um indivíduo dependente de álcool, por exemplo, é chamado de alcoólatra (que é um termo pejorativo atualmente, tendo sido substituido por alcoolista), de vagabundo, de sem vergonha, de bêbado entre outros "apelidos carinhosos", mas nunca é visto pelo lado de refém de uma condição fisiológica que se estabeleceu.
Quando ele começou a ingerir álcool, seja por farra, por status, por curiosidade ou qualquer outra razão, seu corpo sofreu um bocado até se acostumar com aquela substância algoz que lhe adentrava e consumia seu organismo lentamente. Nas primeiras experiências, o sujeito passava muito mal, regurgitando boa parte do pouco que havia consumido, por intolerância química de seu organismo àquele "corpo estranho". Mas, como um ser adaptável que é, seu organismo passou a absorver partes dessa substância após algumas tentativas e "entendeu" que é uma substância não mais estranha, mas provavelmente necessária ao organismo, devido à recorrência de sua ingestão.

LEMBRANDO QUE não estou falando de um ser consciente quando falo do organismo do indivíduo, mas de um organismo em processo de adaptação fisiológica representado por uma simulação de cognição a título ilustrativo.

Dessa forma, o organismo passa a sentir falta da nova substância em sua ausência, manifestando isso toda vez que o indivíduo se depara com uma situação conveniente, como diante da presença da substância, ou em uma situação de estresse - considerando que o consumo da substância produz efeitos em seu organismo que lhe trazem as sensações de prazer e satisfação, como o preenchimento de um vazio.

Quando se chega nesse estado, livrar-se da substância passa a ficar cada vez mais difícil...e cada vez mais...e mais...até chegar num ponto em que o indivíduo não consegue mais viver sem seu objeto de preenchimento - lembrando que usei o exemplo do álcool, mas o mesmo serve para jogos de azar (como cassino e carteado), cigarro, remédios, drogas ilegais, tais como a cocaína, a maconha, o crack, o oxi, o (agora) recente "krokodil", sexo, internet, jogos virtuais, dentre inúmeros outros aditivos - e faz de tudo para obter mais um pouco daquele prazer momentâneo que, muitas vezes, passa a ser seu esconderijo do mundo real, onde a dor, o sofrimento, a pressão, a desilução, a mentira, a cobrança e a obediência imperam.
Muitos realmente passam a acreditar que o consumo do aditivo é uma opção absolutamente válida para se desestressar, fugir dos males supracitados, compensar suas fraquezas e erros. Mero devaneio...

No fundo, a maioria sabe que a adição em questão está levando-os "para o buraco", ao fracasso, à ruina, em vez de salvá-los, ao passo que lhes torna pessoas de difícil convivência e tirando deles tudo que é de fato mais importante, como amigos, famiília, cônjuges, emprego, prazeres mais duradouros...liberdade.

Engana-se demasiadamente quem pensa que um viciado não sofre mesmo durante o consumo de seu objeto de adição. Antes, durante e depois do consumo, logo após pensar em quando consumirá de novo, a grande maioria dos aditos pensa em como já não tem forças para combater esse algoz que os arrasta irrefreavelmente para a ruína a cada "dose".

Nossa obrigação cívica e humana, enquanto sóbrios e sadios, é não somente fazer o máximo para recuperar aqueles que ainda estão dispostos a se salvar, se libertar, como prevenir contundentemente a adição de mais indivíduos, não só através de conscientização em escolas e palestras, mas conversando com nossos filhos, amigos, nos inteirando do assunto, promovendo campanhas de recuperação e batalhando para que seja mantida a saúde, não somente física, mas principalmente psicológica daqueles ao nosso redor.

Qualquer esforço é válido...e muito bem vindo ;)

PS.: Seguem os links de uma iniciativa dos irmãos Kancler/Star, que criaram um projeto de recuperação de jovens viciados através da música, assim como o baixista Nikki Sixx. São iniciativas esplêndidas e muito dignas de serem divulgadas e apoiadas. Os sites estão em inglês, mas vale muito a pena quem puder buscar alguma forma de tradução, caso não domine a língua inglesa.
Música, assim como vício, não é coisa de vagabundo!
Sem arte, o ser humano certamente não teria sobrevivido até hoje. E quando a música se torna um vício...é bem menos pior ;P

http://www.rockstarsuperstarproject.com/
http://rockstarsuperstarproject.com/forums/showthread.php?tid=28
http://covenanthousecalifornia.org/running-wild-in-the-night.html

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Equilíbrio...


Saudações pessoal...

...retorno com outra homenagem, dessa vez a uma pessoa que provavelmente nunca vai ter idéia da grandiosidade do que faz por mim...mas eu tenho...e muito do que sou e serei, é graças a ela...
Ketty, essa é pra vc...♥

Já dizia um sábio grego, conhecido por Aristóteles, que virtuoso é aquele que segue o "caminho do meio"...o equilíbrio. Imagino que todos sabemos que é um caminho impossível de se trilhar o tempo todo, considerando que somos seres naturalmente instáveis em todos os sentidos - emocional, psicológico, comportamental etc.

Minha mãe e outros sábios sempre me disseram que qualquer extremo é prejudicial...mas eu pensava: "Mesmo o extremo da bondade? da justiça? do amor???".
Pois bem...temo que terei que concordar com eles, pois andei experimentando e observando situações que me levaram a entender como um extremo, por melhor que possa parecer ser, nunca poderá ser pleno.

Aquele que pratica o extremo da bondade será subjugado pelos que vivem a maldade, plena ou parcial, e nunca será capaz de se defender ou retribuir, pois estaria fazendo mal a alguém e isso iria contra seus princípios, sendo dessa forma vítima inevitável.
Aquele que pratica o extremo da justiça pode perder pessoas queridas que cometerem falhas, pois na condição humana da qual gozamos, não somos impassíveis de errar, por mais que nos esforcemos.

...poderia isso, inclusive, caracterizar um erro? ...a busca da perfeição? Acho que já tenho uma nova postagem em vista...logo mais...

Aquele que pratica o extremo do amor, perde a razão...torna-se refém do ciúme, da possessividade, da carência...perde o juizo e comete transgressões que vão de birras a assassinatos, em nome daquilo que acreditam e que lhes consome a alma...o sentimento mais perigoso, ao meu ver. Inclusive mais que o ódio, acredito, pois o ódio é nítido, transparente...o amor ilude, se disfarça, ludibria enevoadamente...envolve, cega e domina...quando fora de controle, obviamente!

Portanto, subestimar a sabedoria dos antigos e supervalorizar nosso conhecimento irrompente contemporâneo advindo do progresso tecnológico constante é um dos maiores, se não o maior, ato de estupidez que um ser humano poderia cometer.

Mal sabiam os integrantes da Escola de Frankfurt, teóricos da filosofia que acreditavam que numa era tecnológica teríamos salas de aula repletas de gênios, que a época deles foi o auge da sabedoria humana...e que estamos caminhando para outro extremo hoje em dia: o do Eu.

Admiro e valorizo demais pessoas como a Ketty, a quem dedico essa postagem, pois foi uma pessoa que nunca vi tendendo a um extremo, qualquer que fosse...acredito inclusive que foi a pessoa mais equilibrada com quem já conversei...
Nunca a vi eufórica, deprimida (no sentido popular, não patológico), furiosa, entregue a qualquer emoção de modo a ser dominada...sempre "senhora de si", sempre no controle de suas emoções, sejam elas quais forem.

Se mais de nós fossemos como elas, ainda estaríamos nos preocupando com a possibilidade remota de uma guerra mundial...não com a terceira...