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terça-feira, 3 de março de 2009

Normal...

Já me peguei pensando, diversas vezes (como acredito que você também o fez e faz...), coisas como: "Como aquele cara é estranho!", ou "Aff...esse enlouqueceu"...ou ainda "Que anormal!". Mas...muitas vezes também paro para refletir...:

O que é, afinal, normal? Como pode-se estabelecer padrões que não acabem por prejudicar alguém - visto que é impossível, até se tornarem padrões e sendo as pessoas diferentes em sua natureza, que haja uma só coisa que TODOS façam igual, da mesma forma, ou com o mesmo objetivo -, contrariando esse alguém em alguma de suas concepções que devem então ser descartadas ou reprimidas para suprir uma demanda ideal?

O fato é que, no exato instante em que se estabelece um "normal", são destruídas infinitas e divergentes identidades que não correspondem ao então instaurado. É como se fossem anuladas...transformadas em pó e jogadas ao mar...

A título de ilustração...:

Imagine que moramos num mundo que, apesar de seus muitos governos regionais individuais, obedece a um poder maior, instiutido...digamos...por um homem mesmo. Desconsiderando as características psicológicas, emocionais e as experiências que construiram esse indivíduo enquanto ser humano, imaginemos que, em seu pleno e sóbrio juizo, esse "Líder" decide que vai estabelecer padrões, a fim de manter uma ordem e controlar mais facilmente qualquer um que tente se rebelar e instaura uma inflexível pena de morte a quem desobedecê-los. A partir de então, quem não usar camiseta preta, calça jeans, cabelo cortado em forma de cuia, sapato marrom (independente de ser homem ou mulher, adulto, criança ou idoso, branco, negro, amarelo, vermelho, rosa, verde com pintinhas amarelas...) e, no caso específico e ABSOLUTO feminino, batom vermelho como única maquiagem...morre. Impassível de perdão, multa como advertência ou qualquer outra forma de prevenção. Desacatou, morreu.

Como ficam as identidades, personalidades, subjetividade de cada habitante desse planetinha, sendo que se é formatado logo ao nascer, tendo seu nome predefinido escolhido numa lista com 3 possíveis?...enfim...

NÃO que eu seja a favor da originalidade a qualquer custo, desobedecendo leis para expressar livremente sua opinião e obrigar as outras pessoas a aceitarem essa imposição de personalidade. De fato, acredito que DEVEM SIM existir alguns limites para que o mundo não vire um caos absoluto, acelerando assim seu processo de destruição - que, diga-se de passagem, já está em velocidade consideravelmente alta.

Mas...quero acreditar que estamos próximos do dia em que será feita, com melhor juizo, uma revisão dos valores realmente imprescindíveis ao ser humano e que não devem ser transgredidos em função da subjetividade do indivíduo...uma reformulação de conceitos que alcancem, com precisão e correção, até onde é seguro, saudável e de direito que o indivíduo seja ele mesmo...e quando é hora de "por as rédeas"...

Espero, sinceramente, que este dia chegue logo...

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