Salve salve, meus caros leitores!
Depois de æons desaparecido, ressurjo com um tema no mínimo conveniente: Solidão.
Para ilustrar essa postagem, trago uma bela modelo que é também uma pessoa encantadora, quem admirei de longe por muito tempo, e admiro ainda mais agora com o contato estabelecido. Obrigado pela concessão de sua apreciada imagem, Dê. ;D
Bom...vamos lá...
Solidão é algo engraçado, ao mesmo tempo intrigante.
Entende-se por solidão quando uma pessoa se isola ou é isolada da presença e da companhia de qualquer outro ser vivo, ficando impedida de interação social e sofrendo as consequências dessa condição.
Agora...o que mais chama a atenção no que diz respeito à solidão é que...ela é impossível a longo prazo. Nenhum ser vivo consegue ficar isolado de interação social por muito tempo sem apresentar danos no modo de vida, comportamentos estereotipados e, no caso de seres humanos, alterações cognitivas, conhecidas vulgarmente por loucura.
Talvez a melhor explicação para isso seja a dificuldade em ter que lidar consigo mesmo, conhecendo seus defeitos, virtudes, vícios e afins. É como o silencio (sobre o qual pretendo escrever em breve)...nos primeiros instantes é suportável, até vista com banalidade...mas quando a solidão se prolonga, começa a se manifestar uma espécie de incômodo interior, uma estranha falta de algo...começa-se então a "falar sozinho", criar companhias imaginárias e recriar o mundo ao redor, adaptando-o para uma nova forma de vivência sócio-individual.
Uma situação clássica é a do filme Náufrago, em que o protagonista sobrevive à queda de seu avião no meio do mar, consegue ir para uma ilha deserta com algumas das mercadorias nele contidas e faz de uma bola de vôlei seu melhor amigo. A cena mais marcante do filme é quando ele consegue construir uma jangada para deixar a ilha e no meio do caminho, a bola cai no mar e ele fica desesperado para tentar "salvá-la", uma vez que havia lhe atribuido uma identidade.
Essa é a provavel razão de existirem as celas chamadas "solitárias" para os encarcerados que infringem regras (ou que estão severamente ameaçados, em casos mais raros) dentro de uma penitenciária. São forçados a conviver somente consigo mesmos durante dias, às vezes semanas, como forma de punição pelas infrações...
Aliás...a grande sacada por trás da construção das prisões é o isolamento.
Igualmente, aqueles que cometem crimes políticos são exilados, ou seja, expulsos de sua pátria, privados do contato direto com parentes, amigos, entre outros. Desde épocas remotas nossa espécie entendeu que isolar um indivíduo pode ser sutilmente torturante o suficiente para que isso possa ser usado como meio de controle.
Bem, não é essa a questão, retomemos o foco...
Considerando essa situação toda, levanto a questão: por que é tão difícil lidar com a solidão? Por que é praticamente impossível conviver consigo próprio e ninguém mais?
Teoricamente, faz mais sentido a habilidade em lidar apenas consigo mesmo do que com os outros, tão diferentes, com suas necessidades, gostos, preferências, exigências e afins.
Mas aí entra o grande detalhe que faz toda a diferença!!!
Assim como as formigas, cupins, lobos, patos e outras espécies de animais (e até alguns vegetais), o ser humano é um ser social, que depende da interação com outros de sua espécie (e até de outras, quando não possível relacionar-se com a própria espécie por alguma razão) para sobreviver, tanto pela necessidade de ajuda na execução de determinadas tarefas quanto pela própria companhia, compartilhamento de idéias, proteção mútua e outras tantas situações.
Mas é fundamental muitas vezes se isolar do contato social por algum tempo, seja para se reorganizar cognitiva e emocionalmente, seja para reavaliar conceitos, ou seja para conhecer novas pessoas, vivências e lugares. Para tanto, existem os chamados "retiros", que são casas, ranchos, fazendas e similares que se encontram em regiões afastadas dos centros urbanos, onde a pessoa pode se recolher para relaxar, repensar a vida, apreciar a natureza etc.
Solidão nem sempre é algo ruim. Basta que se aprenda a lidar com ela e aproveitar o melhor que se pode obter de sua vivência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário