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sábado, 17 de março de 2012

Sexo...#2 - Valores


Caros leitores...apesar de isso nunca ter acontecido no DT anteriormente, achei válido que fosse, dessa vez.
Estou escrevendo uma postagem sequencial logo após a relacionada.

Na postagem anterior, eu dei uma passada geral sobre a temática Sexo e nessa vou entrar em alguns assuntos, como tabus e inversão de valores.

Pois bem...antes de iniciar o texto propriamente dito, quero homenagear duas pessoas importantes nessa fase da minha vida com essa postagem. Andei conversando sobre isso com ambas e, por razões e circunstâncias diferentes, elas ajudaram a compor muito do que vou escrever em seguida. Obrigado Day e Giih! ♥

Valores. Eis uma palavra que, hoje em dia, possui menos significados que já possuiu um dia.
Quando se fala em "valores", hoje em dia, o primeiro (e, geralmente, único) significado que vem à cabeça é dinheiro.
Mas antigamente, na época de meus pais, avós, bisavós e seus antepassados, o primeiro significado que vinha à cabeça eram os valores morais e éticos de uma pessoa. Conduta, carater, princípios...todos esses termos remetiam à boa conduta de um sujeito.

Uma pessoa honesta, respeitadora, cordial, educada, hospitaleira e ajuizada era o que se concebia por uma pessoa de valor. E não era difícil ser assim, como é hoje em dia. As pessoas desaprenderam a desejar sinceramente bom dia, a pedir licença para passar ou falar, a ceder passagem ao próximo, a pedir com gentileza e educação algo a um vendedor ou a alguém próximo. E isso num âmbito geral, seja entre familiares, amigos, colegas de trabalho ou pessoas desconhecidas. Isso, obviamente, também influenciou num crescimento e fortalecimento massivos de comportamentos preconceituosos em geral, seja quanto a gênero/orientação sexual, cor, crença, opinião política e outras coisas (muitas vezes fúteis...).

Pretendo falar somente sobre essa mudança de valores numa postagem próxima, mas o foco dessa postagem é o reflexo dessa mudança toda no Sexo e seu já tão conturbado ambiente.

Já vi várias vezes pessoas dizerem que alguém "é sem carater por ter uma orientação sexual diferente", ou que uma garota "é vadia por transar com o cara no primeiro encontro" ou ainda que "legal mesmo é 'pegar' um monte na balada", quase como e fosse uma competição. Não que eu seja a favor do tradicionalismo, do machismo ou qualquer outro -ismo limitador e repressor, mas essas frases refletem uma maneira doentia de ver o próximo, ver um outro sujeito que está fazendo escolhas pessoais que em nada interferem na vida do acusador.

O carater de uma pessoa tem a ver com ela roubar ou não diante de uma oportunidade, de trair ou não, de se importar ou fingir se importar com algo ou alguém...e não com ela preferir compartilhar de sentimentos, carícias e outros comportamentos afetivos com uma pessoa do mesmo gênero que ela. Eis um valor que se dissolveu no tempo, trazendo um julgamento errôneo acompanhado de uma acusação injusta a uma pessoa que tem suas razões e seus motivos para fazer tal escolha. Não é uma questão puramente cognitiva, em que ela simplesmente escolhe "prefiro garotos" ou "prefiro garotas". Existe os fatores atração, desejo, tesão...sentimento de completude. Se ela não se sente tão à vontade com alguém de outro gênero quanto com alguém do mesmo, ela não tem que se moldar ao que "acham" que ela deve. Cada um sabe do que o motiva e do que o repele, do que o agrada e o que o incomoda.

Da mesma forma, é imaturo e regredido pensar que uma garota que toma a iniciativa de estabelecer contato com um possível parceiro, não somente sexual, é uma garota sem valor, que merece ser usada e descartada como papel higiênico. Por que o homem sempre deve fazer o primeiro contato e isso não faz dele uma pessoa sem valor, assim como a garota se "fazer de difícil" não a descaracteriza, igualmente?
Por que o rapaz que sai com várias garotas diferentes é um "garanhão", um cara com valor e reconhecimento social, enquanto uma garota que sai com vários rapazes diferentes é uma "piranha", uma "sem vergonha", alguém que "não presta"?

Não sou feminista. Por mais que me digam que não, o feminismo privilegia a mulher exatamente como o machismo, porém de maneira mais sutil. Tanto que feministas chegam ao ponto de me dizer que "feminismo não é enaltecimento da mulher, e sim da igualdade de sexos". Se é assim, por que não se chama unisexismo, ou igualitarismo? Só o fato de o nome do movimento remeter ao feminino, já mostra quem é privilegiado pelo ideal. Ideologias e partidos a parte, eu defendo a idéia da igualdade de sexos com bom senso.
Não faz sentido por uma mulher para carregar grandes quantias de peso, assim como por um homem para fazer trabalhos mais delicados, somente porque se prega uma "igualdade". A igualdade se faz em permitir que ambos tenham as mesmas possibilidades, mas possam fazer as escolhas que desejam!
Se uma mulher prefere ser dona de casa do que trabalhar fora, isso não faz dela alguém prejudicado por uma cultura machista. Isso faz dela uma mulher com liberdade de escolha.

Assim como não desejo os parabéns às mulheres no Dia Internacional das Mulheres, em 08 de Março, pois elas nada fazem a não ser colher os louros do que as antepassadas delas conquistaram "queimando o sutiã na praça", apanhando da polícia, sendo ridiularizadas por muito tempo enquanto lutavam para terem as mesmas oportunidades que os homens. Ainda assim, não quer dizer que elas tenham ficado plenamente satisfeitas com o resultado. Tanto que muitas mulheres ainda hoje em dia preferem ser donas de casa, ser sustentadas pelos maridos, preferem ter "vida de madame" que arregaçar as mangas e ir à luta diária no mercado de trabalho.

O valor de uma pessoa não se mostra no sexo dela, seja a prática do ato ou o gênero, mas em como ela lida com isso e no que ela é além disso.

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